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Anápolis, GO, Brazil
Pretendo ainda ser filósofo. Quero um dia ser poeta. Por agora, no entanto, me contento em compartilhar como as nuances da existência afetam meus sentidos. Elas não me definem por inteiro, mas contribuem imensamente.

terça-feira, julho 06, 2010

Cemitério meu.

Os túmulos abertos em meu peito
Libertam minha pobreza.
O sangue que jorra por meus olhos
É negro e podre,
Como meus sonhos ausentes.
A pele coberta de vermes
Que regurgitam minha ignorância,
É seca e gélida.

Os túmulos abertos em meu peito
Libertam meus fantasmas.
O coração empedrado e oco
É o retrato do ódio,
Impregnado com desafeto.
As mãos com os punhos cerrados
Já se entregam à derrota,
Em prova de que nunca tive misericórdia.

Os túmulos abertos em meu peito
Libertam minha descrença.
Os ouvidos, calados ao grito de medo,
São os donos da consciência
Que me trouxe à masmorra.
A boca nua de verdades
É toda a indecência
De minhas palavras mórbidas.

Os túmulos abertos em meu peito
Libertam meus monstros.
O âmago rasgado,
Pela lâmina do caráter
É o reflexo da intolerância.
A face, com feridas expostas,
Explode de sarcasmo
E de tédio.

Os túmulos abertos em meu peito
Libertam minha essência.
O egoísmo,
Intolerável de minha corrupção
É a guilhotina da sentença.
A banalidade de meus anseios
É o muro liso
Onde a fraqueza me atira.

Os túmulos abertos em meu peito
Não libertam minha força.
Nem libertam minha esperança.
As covas abertas são o leito,
Fatal e inevitável
Do eterno fracasso onde morro.

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