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Pretendo ainda ser filósofo. Quero um dia ser poeta. Por agora, no entanto, me contento em compartilhar como as nuances da existência afetam meus sentidos. Elas não me definem por inteiro, mas contribuem imensamente.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Entre fadas e sereias.

Andei tanto e por tão longo caminho
Por gastas e longas estradas
Até que minhas pernas cansadas
Tornaram-se asas de passarinho

Passei por tantas terras coloridas
Por estranhos e lindos lugares
Era tanta gente e tantos olhares
Gente com almas tristes, mas floridas

Reis e rainhas desesperadas,
Senhores de castelos e baluartes
Mendigos e seus estandartes
Só ocupados com dar risadas

Viajei tendo por rumo o desconhecido
Procurando o que os homens dizem ser fé
Mas não encontrei a quem chamam Javé
Foi apenas lenda e culto desmerecido

Cansado de contar brilho de estrelas
Durante as andanças nas noites sem lua
Flertando com uma vida simples e crua
Encontrei mágicas e aladas donzelas

Seus olhos vibrantes e dourados
Tão cheios de segredos e ternura
Fizeram minha noite menos escura
E meus sonhos mais encantados

Levaram-me a um céu de fantasias
Por entre um rasgo na noite triste
Para um delírio que só lá persiste
Lindas fadas e suas feitiçarias

De tanto chorar e dar risada
Abandonado ao sabor do vento
Perdido num louco pensamento
Eu duvidei e morreu uma fada

Suas asas transparentes caíram
Como gotas de chuva no verão
E caí na azulada imensidão
Onde outras donzelas surgiram

Embalado em correntes marítimas
Flutuei com peixes na maré cheia
E nadei com a mais divina sereia
Fui somente mais uma das vítimas

Naquelas águas de profunda vastidão
Entre navios fantasmas, piratas e ouro
Ganhei do oceano tão vasto tesouro
Que o sonho desfez-se num clarão

De volta ao mundo e a esta guerra
Sem fadas feiticeiras que me encantem
Ou sereias brincalhonas que me cantem
A vida não sonha, mas se encerra.

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