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Pretendo ainda ser filósofo. Quero um dia ser poeta. Por agora, no entanto, me contento em compartilhar como as nuances da existência afetam meus sentidos. Elas não me definem por inteiro, mas contribuem imensamente.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Há nove anos.

Há nove anos este homem perdeu sua fé.
Abandonou, renunciou tudo que ela é.
Ele deixou de crer na existência de um deus
E correu, fugiu para muito longe dos céus.
Ele decidiu viver sem planos, sem ter norte
E apenas esperar pela própria morte.

Há nove anos deixou de ser um romântico.
Como vítima de um acidente náutico,
Entregue à dureza do tempo em idade,
Perdeu a pureza de sua simplicidade.
Ele ficou menos forte e menos sincero
E tornou-se alguém frio e muito severo.

Há nove anos o homem não escreve mais.
De sua riqueza não sobraram nem sinais.
Ele esqueceu como as palavras eram alegres
E elas se perderam em seus afazeres.
Sem os sons e a poesia de todas elas
O homem sofreu muitas e grandes mazelas.

Hoje este homem é uma pessoa melhor.
As suas lembranças tornaram-se algo maior.
Ele não voltou a ser um grande romântico
Porém seu amor ressurgiu mais autêntico.
E não voltou a escrever, tampouco a ter fé.
Mas ele encontra sentido em tudo que vê.

Hoje este homem entende o que sempre foi.
Um atormentado por uma dor que não dói.
Seu coração ainda é um mar profundo,
Sedento por toda a poesia do mundo.
Este homem é aquele mesmo do passado.
O mesmo menino, homem, velho, assombrado.

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