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Pretendo ainda ser filósofo. Quero um dia ser poeta. Por agora, no entanto, me contento em compartilhar como as nuances da existência afetam meus sentidos. Elas não me definem por inteiro, mas contribuem imensamente.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Nova velha apreciação.

   Há alguns dias estive num concerto bastante eclético onde uma orquestra sinfônica presenteou o público com uma apresentação de obras eruditas de grandes compositores e versões inovadoras de obras populares. Após a apresentação tentei postar minha satisfação de ter apreciado uma orquestra de câmara, como há muito não fazia, mas me faltaram palavras. Agora, já de volta à rotina e tendo a música mais distante na memória, escrevo para lembrar meu deleite na tentativa de reencontrar aquela emoção.
   Ouvi de um homem bastante sábio, certa vez, "A música é como a paixão: ela nos invade e nos toma por completo.". São palavras com as quais concordo plenamente. O "zumbido" dos violinos, o "tilintar" dos pratos, a "tensão" do piano são sons de uma poesia magnífica. Não há como não se emocionar com a música clássica. E mesmo quem diz não gostar entrega-se à magia do ritmo, intensidade das notas, quando decide ouvir uma sinfonia.
   Quando ouvi uma orquestra sinfônica, ao vivo, pela primeira vez eu chorei, confesso. Costumo emocionar-me com facilidade, é verdade, mas isso porque permito que os sentidos penetrem em minha alma a fim de apreciar ao extremo as experiências que tenho. Há quem julgue um exagero, porém, eu fico feliz em saber que nem todos sentem de forma tão intensa a poesia de uma música rica em arranjos, ritmo e beleza. Surge em meu ser certo contentamento em saber que me diferencio dos demais quanto às emoções. Viver intensamente é fazer essa entrega, creio.
   Devo acrescentar também que não apenas a música clássica possui poesia. A poesia é o sentimento que a arte desperta em nós quando a apreciamos. Talvez, e reforço, apenas talvez, uma obra de arte possua valor artístico e seja considerada de fato arte quando ela é capaz de nos emocionar de algum modo em algum grau. Não consigo descrever como gostaria o que senti, e sinto, quando ouço uma orquestra de câmara. De qualquer modo não posso levar alguém a sentir o mesmo. Mas sugiro que os mais resistentes aos clássicos esqueçam o rebolation por algum tempo, deixem de lado o sertanejo universitário, e escutem Mozart, Beethoven uma vez ao menos, de olhos fechados. Premitam-se uma experiência nova. E após terem feito isso, tendo gostado ou não, tendo sentido a poesia dos clássicos ou não, tentem emocionar-se mais com toda sua vida; com cada dia de sol; com cada alegria que tiverem. Com quase esforço nenhum perceberão que a poesia é uma só e ela não é muito diferente do amor, da paixão. E talvez, e reforço, apenas talvez seja a poesia a nossa própria existência.

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